domingo, 23 de dezembro de 2007

FINAL DE SEMANA, PARTE I

Alô? Ah, oi amor! Tudo bem, sim! Se eu já tô com saudade? Claro, né, picuchinha! Tô morrendo de saudade. Eu sei. Eu sei que esse era o nosso final de semana, que já tava tudo planejado, mas a companhia precisou de mim, e eu não poderia deixar o pessoal na mão, né! Ô minha buzunza, cê sabe que a empresa pára sem mim. Plena sexta-feira à noite, e eu aqui, fazendo relatório, acredita? (shh... não faça barulho) Com quem eu tô falando? Com você, ora! E por que eu sussurrei um “shh”? Aaahhh, bom! É que eu tava espantando um gato que tava na janela. Meu bebê, lógico que eu sei que a gente mora no décimo quinto andar. E o que um gato tá fazendo em nossa janela? Sei lá, esses bichos só podem ter pacto com o tinhoso, conseguem escalar tudo! (Pára, senão ela vai descobrir!) “Descobrir”? Eu não falei “descobrir”. Falei? Ah, falei, sim. É que eu tô assistindo a novela, e aquela moça bobinha vai descobrir que a megera quer o namorado dela. (Não, eu não tô te chamando de megera. Faz o favor de ficar calada!) Que foi amor? Não mandei você calar a boca, acho que me empolguei por causa da novela, só isso. E continuo não gostando de novela, mas sem você aqui fica tudo tão triste, aí liguei a TV só pra me distrair. (Pára de fazer cócegas!) Eu não tô estranho, só tô com saudade. Ô gatinha, não fica assim. Eu sei que você deixou de sair com as suas amigas por causa da nossa viagem. Mas você tá aí, ué! Aproveite! (Pára de me lamber!) Vá passear na praia, pra tentar espairecer um pouco. Hum. Sei que sem mim fica sem graça, mas eu prometo que no domingo à noite chego aí, pra gente curtir o finalzinho do fim de semana. Você vai querer o próximo final de semana pra sair com as suas amigas? Hum. Ok! Tudo o que você quiser, minha gut-gut! Agora deixa eu desligar pra terminar minhas coisas. Beijão! Te amo! Tchau!

- Ótimo! Ela engoliu direitinho e ainda vai me dar o próximo final de semana! Disse que quer ficar um pouco com as amigas, pois faz tempo que não sai com as meninas.

- Finalmente! Mas cê ainda vai ter que me explicar essa história de “megera”. Ah, se vai.

- Óbvio que não tava falando de você, né, nhunhunga. Agora... vamos aproveitar que é melhor! Eba!

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